quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ténéré 660 - Sonho!!!


Para quem esperou, a 660 finalmente está próxima do Brasil
Desde 2008 vemos em todas as publicações estrangeiras testes da nova Ténéré 660. Muitos esperaram no mesmo ano a vinda ao Brasil, porém até hoje nada da marca em nossas terras. O lendário nome de uma parte do deserto do Saara está de volta. Ténéré foi o nome usado pela primeira vez em 1983, quando a Yamaha lançou seu primeiro modelo, uma cópia perfeita de como eram as motocicletas de rali na época. No idioma Tuareg esse nome significa deserto.


A Ténéré fez muito sucesso no Brasil, porém deixou de ser fabricada no começo dos anos “90”. A XT600E dominou a categoria até que, no final de 1995, foi apresentado o novo modelo com motor refrigerado à água, injeção eletrônica e 660 cc. Esse ano, a Yamaha vai lançar finalmente a Ténéré com a base mecânica da XT 660R, mas com o visual marcante de uma motocicleta de rali, toda carenada.


Eu tive a oportunidade de pilotar essa moto na Itália por mais de 200 km seguidos e, diferente do que pensava, o visual Racing é só na aparência mesmo. A moto tem uma pegada muito mais urbana do que temperamento esportivo.


Conforto
Em comparação a XT o conforto é seu ponto alto. O banco também é inteiriço, porém dividido em dois níveis e com anatomia perfeita para que o piloto encaixe de uma forma bem mais confortável. Essa característica é nítida já na hora de sentarmos na moto.


A carenagem também é excelente para estrada, o escudo frontal protege bastante os ocupantes do vento, aumentando assim a velocidade de cruzeiro que pode ser mantida acima dos 140km/h.


Desempenho
Mesmo dotada do mesmo propulsor que equipa a XT 660X, em alta a diferença foi grande. Como a carenagem oferece um furo aerodinâmico maior, a nova Ténéré crava 191km/h no painel.


A velocidade máxima vem mais fácil, pois o piloto fica praticamente todo escondido do vento, tendo um arrasto aerodinâmico menor, ao passo que na XT é preciso abaixar o máximo no tanque e mesmo assim sentir uma instabilidade maior com a pressão do vento. Na aceleração elas se equivalem bastante.


Freios
Esse é outro ponto em que a Ténéré se sobressai. O freio dianteiro conta com duplo disco oferecendo um poder de frenagem maior. Ele consegue ser bem modulável, não tendo a pegada inicial brusca. Mas se apertar o manet com vontade a potência é bem maior que a XT660.


Suspensão
Da mesma forma que sentei na moto e senti um conforto maior, sendo uma posição mais urbana e estradeira do que uma off-road propriamente dita, a suspensão também parece ser mais macia. Logo que sentamos ela afunda a traseira bastante, até mais do que a XT que se manteve mais firme, pode ate ser regulagem, mas com certeza é bem diferente de uma motocicleta de rali que tem um funcionamento mais Racing, trabalhando de forma progressiva, ela afunda um pouco mais. Nesse aspecto se levar em conta percursos off-road, prefiro a XT, tanto pela suspensão estar um pouco mais firme quanto ao banco mais semelhante aos modelos off Road. Ele é reto permitindo um deslocamento maior do piloto, que pode sentar mais a frente ou atrás dependendo da situação, ao passo que na Ténéré você encaixa e fica mais estático, a não ser quando levantamos.


Conclusão
A Ténéré é muito mais voltada ao uso urbano e estradas do que esperava, pensei que seria uma motocicleta com pegada mais esportiva e no fim é uma ótima opção para quem quer uma moto para seu dia a dia quanto para passear nos finais de semana em viagens com garupa. A XT é bem semelhante de comportamento, porém é mais desconfortável em geral, tanto pelo banco como pela falta da carenagem que fez muita diferença na estrada. A velocidade maior da Ténéré também é um grande atrativo, e o principal é que sua roupagem não trouxe prejuízo para se deslocar dentro das cidades, ela é tão fina quanto a XT. Agora só falta esperar, dessa vez só mais um pouquinho.


Texto: Leandro Mello

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